Ghem e Neis param na segunda rodada do ATP Challenger. Brasileiros discutem mudanças no formato da Copa Davis
Principal favorito ao título do Campeonato Internacional de Tênis de Santos, apresentado por Itaú por meio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte, Facundo Bagnis alcançou as quartas de final do ATP Challenger ao derrotar o gaúcho André Ghem com parciais de 6/2, 2/6 e 6/4 nesta quinta-feira, no Tênis Clube de Santos.
Bagnis, atual 86º do ranking mundial, espera o vencedor entre o equatoriano Gonzalo Escobar e o argentino Agustin Velotti. Cabeça de chave 7 do torneio, Nicolas Kicker venceu o gaúcho Fabrício Neis por 6/3 e 6/4 e encara nas quartas de final o vencedor do duelo entre o cearense Thiago Monteiro e o paulista Pedro Sakamoto.
Pela chave de duplas, o peruano Sergio Galdos e o argentino Maximo Gonzalez confirmaram o favoritismo diante do sueco Christian Lindell e do carioca Carlos Eduardo Severino, por duplo 6/2, nas quartas de final. Os cabeças de chave 1 enfrentarão na semifinal a dupla que sairá da partida entre André Ghem/Eduardo Russi e Fabiano de Paula/Renzo Olivo.
Rogerinho, Monteiro e Ghem opinam sobre mudanças no formato da Davis
Os tenistas brasileiros Rogério Dutra Silva, Thiago Monteiro e André Ghem comentaram no Campeonato Internacional de Tênis de Santos as prováveis mudanças no formato da Copa Davis nos próximos anos. A Federação Internacional de Tênis (ITF) estuda a possibilidade de a final ser disputada em locais neutros, decididos com bastante antecedência, e de que as partidas mudem de melhor de cinco para melhor de três sets.
Rogerinho, que já disputou a Davis pelo Brasil em seis confrontos, acha interessante a ideia de disputar a decisão em um local neutro, como na Liga dos Campeões da UEFA e no Super Bowl. “Acho bacana, porque fica uma coisa mais parecida com o futebol, fica mais imparcial para a final. Nas outras rodadas acho que ainda seria legal jogar em casa ou fora, com condições diferentes. Mas também não dá para saber qual condição que seria jogada em um local neutro, se favoreceria um dos finalistas, porque teria que escolher uma superfície e uma cidade muito antes”, comentou o paulista de 32 anos.
Já Monteiro, que estreou na equipe brasileira no playoff contra a Bélgica no último fim de semana, acredita que o ambiente em um local neutro não seria tão empolgante. “Não sei se deveria mudar, porque a Davis tem uma tradição tão grande e sempre teve a questão de saber quem vai sediar. A equipe que joga em casa a final pode ter uma vantagem grande, mas a festa em caso de título é muito bacana, está todo mundo ali comemorando, os tenistas jogando para o seu público. Uma final em campo neutro eu não saberia dizer se seria algo tão legal. É importante poder comemorar um título em sua casa, com o seu público, dando esta força em uma decisão como essa”, opinou o cearense.
Sobre a provável diminuição do formato das partidas de melhor de cinco para melhor de três sets, Rogerinho e Monteiro concordam que a mudança favoreceria as estrelas do circuito. “É uma coisa um pouco complicada, porque é histórica da Davis. Mas vejo que o nível está tão alto, que está meio complicado jogar cinco sets. O (Juan Martin) Del Potro na semifinal jogou cinco horas, depois duplas e no outro dia teria que jogar simples (ele acabou sendo substituído no último jogo por Leonardo Mayer). O pessoal está jogando cinco, seis horas, igual ao Feijão ano passado (6h42). Para jogar nos outros dois dias fica uma coisa muito maçante”, disse Rogerinho, lembrando a derrota de João Souza para Mayer em 2015.
“Não tenho muita experiência em Davis, mas os melhores jogadores do circuito têm um calendário bem apertado e às vezes cinco sets, mesmo que só por três dias, é algo cansativo. Caso aconteça esta diminuição, os principais jogadores vão comemorar mais do que achar ruim”, declarou Monteiro, que enfrentou o belga David Goffin, número 14 do mundo, pela competição entre países.
O gaúcho André Ghem ainda não disputou a Davis, mas tem uma opinião diferente sobre o formato da competição: ele acredita que o torneio poderia ser disputado a cada dois anos, não toda temporada. “Eu talvez só mudaria isso. Acho errado fazer a final em local neutro, porque é algo muito tradicional da Davis ter a torcida do país”, concluiu.