Brasília/DF – Gustavo “Guga” Kuerten compareceu na manhã desta terça-feira no plenário do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para se defender de acusação de ter utilizado sua empresa “Guga Kuerten Participações” no período entre 1999 e 2002, para pagar menos impostos ao fisco.
Segundo consta, a Receita Federal acusa o tenista de ter declarado os rendimentos como pessoa jurídica, cujo percentual é de 20%, quando deveria ter feito como pessoa física que é de 27,5%.
Na defesa, os advogados do tricampeão de Roland Garros alegou que se tornou necessário a criação de uma estrutura empresarial para gerenciar a carreira do tenista, onde se incluíam os direitos de sua imagem.
“É muito duro escutar que tudo isso que a gente se dedicou a fazer, e que hoje é um exemplo de sucesso, seja uma mentira”, disse Guga que chegou a se emocionar durante o depoimento.
“É uma pena que o esporte seja tão amador aqui. Tem um lado profissional que é extremamente importante. As pessoas são influenciadoras, precisam ser preparadas e ter gente ao redor para dar apoio e capacidade específicas”, continuou.
“Precisa ser feito dessa forma, por isso funcionou tão bem e é por isso que nós viemos até aqui. Nunca procuramos buscar o oportunismo, mas sempre gerou oportunidade, porque acho que esse é o melhor caminho”.
O julgamento foi suspenso, após uma conselheira do órgão solicitar um pedido de vistas ao processo. Antes da interrupção, dois votos foram contrários a apelação do tenista, e um foi a favor.
A conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, que votou contra o recurso do atleta, salientou a importância de separar o que representou Guga como atleta das questões tributárias.
“O tenista vai estar sempre no nosso coração, nosso querido Guga que todo o Brasil conhece o trabalho. Mas independentemente disso estamos tratando de uma questão tributária, que não tem a ver com a emoção e temos que separar essas coisas”, disse Maria Helena antes de proferir voto contrário ao recurso do atleta.
O julgamento será reiniciado no próximo dia 21 de novembro, após a conclusão, este procedimento pode servir de base (criar jurisprudência) para recursos de outros atletas no futuro.
Luiz Fernandes