Melbourne/Austrália – O suíço Roger Federer não tem mais a vitalidade do período que dominava o circuito mundial. Maior tenista de sua geração, Federer em 2016 encerrou a temporada logo após cair nas semifinais de Wimbledon. Ele que sofreu com contusões, ficou fora do US Open, Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e do ATP Finals.
O suíço ainda não jogou uma partida oficial em 2017, mas demonstrou na Copa Hopman que é disputada por equipes que ainda pode sonhar com bons resultados na carreira.
Em Melbourne, Federer que tem quatro títulos do Aberto da Austrália (2004/2006/2007 e 2010), vai encarar na estreia um qualifier. Na sequência terá outro tenista vindo do torneio classificatório. Na terceira rodada, o ex-número 1 do mundo deve encarar o tcheco Tomas Berdych que sempre dá trabalho em torneios de Grand Slam. Passando, Federer deverá cruzar com o japonês Kei Nishikori que vem sofrendo com dores no quadril. Nas quartas, Federer já teria uma “final”, já que encararia o britânico Andy Murray, atual líder do ranking. Logrando vencer, o suíço provavelmente teria como rival o seu compatriota Stan Wawrinka. Sonho? Em se tratando de Roger Federer, tudo é possível. Experiente, competente e renovado, aos 35 anos, ele acredita que ainda pode conquistar um evento de Grand Slam.
“Só depende de nós nos reinventarmos, bolarmos um plano. Andy mostrou um pouco isto, aumentando as esperanças de mais jogadores de saberem que tem uma chance real de ganharem Slam. Eu ainda acredito. O tempo dirá se será possível ou não”, disse Federer em entrevista ao site oficial do Aberto da Austrália.
“Não me pareceu tão cansativo, ou tão longo, ou tão difícil atravessar esse processo. Às vezes, eu até gostava. Mas, na medida que a temporada seguia, eu sentia muito a falta do tênis. Estou animado para o meu retorno”, continuou Federer ao analisar o período que ficou fora das competições em 2016.
Em seu retorno as quadras, o suíço escolheu disputar a Copa Hopman, no primeiro treino aberto, uma verdadeira multidão de fãs lotou as arquibancadas para acompanhar um simples bate bola.
No período em que ficou parada, Federer foi visto diversas vezes acompanhando sua família em atividades de lazer.
“Pareceu ser a coisa certa. Foi o momento perfeito para dar um tempo, para o meu corpo e o meu jogo. Foi maravilhoso poder passar mais tempo de qualidade com as crianças – com mais energia, sem ter de me preocupar: Cuidado, eu tenho um jogo amanhã”, pontuou Federer que tem quatro filhos.
Quando anunciou a desistência do US Open, Federer que desde 2001 disputara todos os eventos de Grand Slam, deixou no ar a possibilidade de que poderia se aposentar em breve, mas ele logo se pronunciou dizendo que ainda não pensou nesta possibilidade.
“Eu acredito que isto pode trazer um grande benefício para o futuro da minha carreira no tênis. Eu me sinto rejuvenescido, trouxe um refresco. Mentalmente, eu precisava descansar, talvez mais do que pensava e talvez o meu corpo também tenha precisado mais do que imaginava. Uma coisa boa foi o fato de eu não ter feito a cirurgia logo depois de Wimbledon. Eu acredito que isto foi crucial, não ter precisado de duas cirurgias em um mesmo ano”, analisou o suíço que teve uma contusão no joelho esquerdo em uma tarefa doméstica.
“Gosto de pensar grande. Espero que o esforço seja recompensado. Pelo menos, agora eu sei uma coisa: se o joelho não estiver nada bom, não terei nenhum arrependimento. Eu sinto que eu fiz tudo possível para deixar meu corpo em forma”, continuou o suíço.
Recuperado, ele voltou as atividades físicas. O foco foi dado ao condicionamento físico. Eventualmente ele ia as quadras para treinar saques, um dos seus principais fundamentos.
“O objetivo era estar totalmente recuperado no fim de novembro, início de dezembro. Por um lado, pareceu um longo período, mas, nós sabíamos que era necessário”, finalizou o suíço que detém o recorde de títulos (17) de eventos de Grand Slam.
Luiz Fernandes