Salvador/Bahia – O Campeonato Brasileiro Seniors de Tênis, realizado no Costa Verde Tennis Clube, no bairro de Piatã, em Salvador (BA), recebeu esta semana a presença de Rafael Westrupp, presidente da CBT – Confederação Brasileira de Tênis que destacou a importância da competição, prometeu buscar para que Salvador tenha um evento mundial fixo no calendário e ainda ir atrás de melhorias para o circuito de veteranos que vai da categoria 35 anos até 85 anos.
Westrupp, que ficou dois dias em visitas e conversas com atletas e organizadores do evento, destacou a organização da competição: “O clube eu já conhecia, tem uma estrutura fantástica, mas sobretudo tem pessoas comprometidas com o esporte e isso vale mais do que a própria estrutura em si. Fiquei muito feliz quando conheci o Washington Nilo (diretor do evento) no início do ano junto com o Duda Catharino, presidente da Federação Baiana, e prontamente me comprometi a estar presente. Quando chegamos aqui e vemos toda a estrutura montada, o feedback dos jogadores fazendo analogia que aqui está muito bom e vejo que o número de inscritos teve uma evolução um incremento de 80% isso com certeza é fruto de pessoas envolvidas, crédito ao Nilo que está totalmente engajado com processo de execução e de operação”, apontou o catarinense.
O Campeonato Brasileiro Seniors pelo regulamento é itinerante. A cada temporada muda de cidade. No último ano foi em Aracaju (SE) e a próxima temporada ainda tem local indefinido. Apesar disso, o Costa Verde Tennis Clube quer manter um grande evento de porte nacional e mundial para 2019: “É nosso objetivo, Começamos com um evento apenas nacional, ano passado tivemos cerca de 120 inscritos, esse ano aumentamos bastante em estrutura para receber o Brasileiro e o resultado foi o aumento do número de atletas e estamos recebendo muitos elogios. Sem dúvida estamos em contato permanente com a CBT para fixar um evento mundial ITF aqui a partir de 2019, estamos muito empenhados,” afirmou Washington Nilo.
Para Westrupp, a CBT fará esforços para que Salvador (BA) tenha a sede de um ITF: “A impressão é a melhor possível na confiança que novos eventos como esse no próximo ano e depois possam acontecer. O Brasileirão é itinerante pelo regulamento, mas nada impede que esse torneio seja o passaporte para que o próprio clube e a Federação Baiana de Tênis possam sediar novos eventos e que possamos ter essa composição FBT e CBT para que possam trazer novos torneios para o estado”.
“Com certeza o relatório desse torneio será muito bom pela organização como um todo e pelo que o clube ofereceu. O caminho é receber a solicitação daqueles organizadores e Federações que querem receber um ITF e vou levar para a COSAT (Confederação Sul-Americana) a proposta. É uma luta política CBT, COSAT e ITF. Não será tão fácil pois temos Uruguai, Chile, Argentina são os que mais se apresentam para realizarem Seniors, é uma luta, negociação política, e tenho que me organizar para buscar trazer mais um torneio ITF para cá.”
Westrupp buscará atender reinvindicações por melhorias no Circuito Seniors
Cerca de 400 tenistas do Brasil participam ativamente do circuito nacional e internacional Seniors da ITF e da CBT. Um dos padrinhos dos atletas é Amadeu Façanha, de Brasília (DF), que disputa a categoria 60 anos e joga o circuito desde 2002. Atual sexto do mundo, Façanha conversou com Westrupp, destacou a importância de sua vinda à capital baiana e apontou algumas melhorias para os atletas brasileiros da categoria.
“Temos que destacar a vinda do Rafael Westrupp ao Campeonato Brasileiro, eu não lembro o último presidente da CBT que veio prestigiar um evento Seniors, então essa vinda mostra que ele está disposto a olhar pelo Seniors e isso é importantíssimo para nós. Fizemos mais reinvindicações sobre ajuste de calendário e parte técnica. O Campeonato Mundial só cai a pontuação no próximo Mundial e não em data de aniversário um ano depois. Na CBT não. Se joguei o Brasileiro em maio do ano passado os pontos caem em maio deste ano e não no próximo Brasileiro, isso ele já concordou pra gente ficar igual ao que acontece na ITF. O importante é o apoio que ele prometeu nos dar. Outro assunto abordado foi a promoção de eventos nacionais e internacionais. Realizamos dois eventos em Goiânia e Rio de Janeiro os dois eventos são Grupo 2 e estamos solicitando para virarem Grupo 1 pela qualidade dos eventos. Se isso acontecer teremos cerca de 50 tenistas entre os 10 melhores do mundo em todas as categorias”, disse Façanha que também clamou para que o Costa Verde Tennis Clube seja sede de um evento fixo mundial para a próxima temporada.
“Esse torneio aqui é maravilhoso, a gente vê o empenho das pessoas, temos que valorizar muito isso. Quem organiza torneio sabe a complexidade de se organizar e conseguir atender as demandas de um torneio que vai de 35 até 85 anos, é um público bem diferente, garotas de 35, senhoras de 85, é muito difícil agradar um público desse. O esforço da equipe do Nilo aqui foi tremendo e vimos isso na festa de confraternização do torneio com todos muito animados. Seniors é isso, na quadra todos querem ganhar, mas fora todos são os amigos. O presidente da CBT não tinha a noção como era e agora tem o norte como é nossa categoria”.
Westrupp destacou os esforços que a CBT fará para atender os atletas e também dar mais autonomia aos organizadores: “Conversei com o coronel Façanha que me trouxe algumas reinvindicações que nunca haviam chegado até mim na parte técnica, de regulamento e o que o jogador precisa mais na quadra. Conversei com ele para me passar tudo o que eles pedem e já na semana que vem teremos uma reunião do colegiado da CBT em São Paulo para chegar numa linha de consenso para melhorar os Seniors. É o primeiro Seniors que estou vindo, quero ir a mais para ouvir mais pessoas e seguir evoluindo a melhoria. Não ficará 100% de uma hora para outra, mas a parte financeira está ficando mais justa”, apontou.
“O que podemos fazer para melhorar o Seniors ? O que podemos fazer é dar mais autonomia aos promotores na relação com a federação e financeira, tanto é que hoje o percentual de inscrições que a CBT pede é de 20%, mas consideramos que o sistema é único, a CBT paga para todas as federações pelo sistema, de 26 federações só quatro não usam o Tenisintegrado. Ah mas podem dizer que a CBT é caça níquel. não é verdade, temos nossos custos, somos uma empresa, temos funcionários, todos os encargos, departamento jurídico que chegam demandas, temos uma estrutura preparadas e isso demanda custo e uma pessoa voltada só para inscrições no Seniors. O que fizemos foi cada vez mais diminuir o percentual e deixar mais dinheiro líquido para os organizadores. A CBT não participa de nada no patrocínio, 100% fica com cada organizador. A CBT não quer ter essa participação. Acho que esse modelo de gestão está funcionando. Lógico que sempre tem um apelo, uma demanda a mais.”
Outro problema constante dos atletas é na questão das inscrições e filiação. Para Westrupp é importante que o atleta seja filiado à entidade, mas para fomentar o número de atletas da entidade tem duas propostas, uma delas será ratificada já para o próximo ano.
“Algo que vamos mudar para o ano que vem. Conversei bastante com Jesus Tajra (vice-presidente da CBT). Ele me pediu um modelo diferente da entidade na filiação. Temos duas opções a seguir para o ano que vem, ainda nada oficial. Uma delas é o tenista que joga apenas um torneio no ano não pagar anuidade. Geralmente é o cara que joga na cidade dele, convidado do clube para dar vida para o torneio, então isentaríamos ele da anuidade, só que a partir do segundo torneio teria que pagar a anuidade pois se criaria um vínculo. A outra opção é o atleta jogar sem pagar a anuidade, mas ele teria que pagar mais caro na inscrição de quem é filiado, para quem se filiou se sentir mais prestigiado e incentivar. Precisamos achar uma ferramenta sistêmica no tenis integrado para adaptar isso. Queremos deixar o sistema redondo para não ter erros. Uma dessas duas opções vamos seguir o ano que vem.”