Melbourne/Austrália – Os advogados de Djokovic utilizaram todo o tempo possível para questionar uma a uma as alegações do Ministro da Imigração que determinou pela segunda vez, o cancelamento do visto do sérvio.
Caso o sérvio obtenha êxito, ele vai estrear na próxima segunda-feira.
A advogado Nick Wood que está a frente da banca de advogados que defendem o sérvio fez duras falas sobre o cancelamento do visto.
“É irracional que o ministro considere que o sentimento antivacina cresça com a liberação do visto, assim como pode haver um sentimento de ação estatal coercitiva no caso de recusa”. Argumentou Wood.
Wood também se esforçou para mostrar que o seu cliente nunca se posicionou abertamente sobre as vacinas. Ele também tentou descaracterizar uma entrevista que o sérvio forneceu para a BBC sobre o assunto e sobre a realização do Adria Tour em 2020, quando o sérvio esteve a frente do evento, e o publico esteve presente sem distanciamento e muitos sem uso da mascaras.
Outro tema que veio a baila de que pode pesar contra o sérvio diz respeito a uma entrevista dada por ele, desta vez para o L’Equipe, quando já sabia estar contaminado com o Coronavírus. Wood fez um mea culpa declarando: “Ele sabe que aquilo foi um erro de julgamento”, pontuou.
Já Ministério Publico australiano, neste ato representado por Stephen Lloyd, fez o papel de embasar a decisão do Ministro da Imigração, ele argumentou que o sérvio, mesmo antes do surgimento das vacinas, já dava declarações contrarias, relembrando as entrevistas a BBC, a realização do Adria Tour, além da entrevista ao L’Equipe, reforçando que o sérvio tem um histórico contra a vacinação.
Lloyd também rebateu o argumento do sérvio que solicitou a entrada na Austrália sem vacina, alegando razão médica, já que teria se infectado no meio de dezembro. “Ele poderia ter se vacinado antes”, observou. “Nesta altura da pandemia, ele poderia ter se vacinado se realmente quisesse. Mas ele ainda não o fez, então o ministro entende que é sua escolha pessoal”.
Finalizando o seu posicionamento de defesa a decisão do ministro, Lloyd sustentou que: Djokovic “é uma pessoa muito conhecida e em muitos sentidos é um modelo para muitas pessoas, então sua presença na Austrália poderá fortalecer a visão antivacina”.
Já o juiz James Allsop rebateu que “é senso comum que o cancelamento do visto também poderia causar discórdia”, no que foi respeitosamente interpelado por Lloyd acrescentando que o ministro pesou cautelosamente todas as situações.
Lloyd em sua ultima fala, solicitou que os juízes decidam pela deportação, e deixou a cargo destes a possibilidade de não solicitar que o sérvio, caso tenha o seu pedido negado, não fique proibido solicitar o visto por 3 anos, como prevê a legislação atual.
O juiz David O’Callghan que preside a sessão, determinou então que a sessão de votação seja feita com o colegiado completo (três juízes federais), James Allsop e Anthony Besanko, assim, a decisão do caso independente do resultado não permitirá novas apelações de parte a parte.