São Paulo/SP – Beatriz Haddad Maia atendeu a imprensa na tarde desta quarta-feira em São Paulo, no Investment Center Itaú Personnalité. Lá, a atual número 13 do mundo bateu um papo com jornalistas de diversos veículos e dividiu um pouco da sua experiência no circuito após fazer semifinal em Roland Garros e entrar no top 10 mundial.
Sobre estar estável dentro do top 15 da WTA:
“Acho que a primeira coisa foi eu ter ficado saudável por três anos seguidos. Isso me permitiu poder treinar em alto nível e poder melhorar bastante o meu jogo. Conseguindo evoluir as coisas no dia a dia facilita executar na quadra. O trabalho físico e mental, a distribuição de calendário e o controle de carga para estar saudável e poder competir é um mérito meu e da minha equipe. E também a forma como comecei a jogar e a mentalidade que comecei a encarar o circuito, que é muito da parte do Rafa (Paciaroni, técnico) também, de ter objetivos concretos e alcançáveis.”
Sobre pressão:
“Acho que se eu fosse falar de pressão na minha carreira, me sentia muito mais pressionada quando estava voltando e joguei torneios W15 e W25, contra meninas de ranking mais alto e a gente não tinha nenhum conhecimento delas. Naquele momento, eu tinha muito mais pressão do que elas naquele nível para ganhar os jogos. Enquanto nos palcos grandes sempre encarei como algo gostoso. Estamos falando de sonhos, então é algo bom. Claro que sinto um frio na barriga, um nervosismo, mas eu realmente me sentia mais pressionada no passado.”
Sobre a desistência por lesão nas oitavas de final de Wimbledon:
“Foi num movimento muito simples, algo que faço muitas vezes ao dia e por vários anos, e nunca senti nada. Foi uma surpresa, senti uma dor muito forte e uma certa tristeza. Tive que dialogar comigo naqueles três minutos do atendimento da fisioterapeuta e refletir se aquilo ia me permitir jogar. Quando você está numa quadra central e contra uma jogadora de muita qualidade… não é só jogar. Você tem que estar em alto nível e possibilitada de fazer tudo. E aí quando comecei a andar e percebi que não estava nem 20%, 30% do que poderia me preocupei com a minha saúde. Dentro de mim, conversei comigo mesma, vi que não seria naquela vez e me retirei da partida. Foi triste, mas era o que eu tinha que fazer naquele momento. Já fui no médico, fiz exames, estou fazendo fisioterapia e já estou fazendo preparação física. Não irá afetar o meu calendário”
Sobre a sua importância para o tênis brasileiro e sul-americano:
“Agora sinto que o circuito começou a me respeitar também como uma mulher sul-americana. É diferente você ser uma brasileira de uma norte-americana ou europeia. A relação é diferente, o caminho é diferente, a cultura é diferente… Tenho que trabalhar bastante em quadra para ter a minha voz fora dela. Sou uma pessoa que tem como objetivo transformar e ajudar as meninas brasileiras e sul-americanas a terem mais oportunidades. Existe uma diferença muito grande na quantidade de torneios femininos e masculinos na América do Sul. Vou continuar fazendo o meu trabalho e também sempre torcendo pelas outras meninas. Quanto mais meninas, mais força a gente vai ter e, quem sabe, poderemos transformar mais.”
Sobre os seus próximos objetivos:
“O principal agora é brigar pelo WTA Finals. As primeiras já estão classificadas ou perto de classificar, mas o bolo ali das seis últimos está muito parelho. Em qualquer semana as coisas podem mudar muito, então acho que os principais objetivos do momento são esse do Finals e também voltar para o top 10.”
Sobre o US Open:
“Meu objetivo lá vai ser o mesmo de todos os Grand Slams: chegar na segunda semana. Acho que a forma de como encontrei de ser justa comigo e de entender o meu potencial, e saber que as primeiras rodadas são as mais duras, porque ninguém quer voltar pra casa cedo, é muito importante. Tem que ter muita atenção e disciplina”
Calendário de Beatriz Haddad Maia até o US Open:
07/08 – WTA 1000 de Montreal
14/08 – WTA 1000 de Cincinnati
21/08 – WTA 250 de Cleveland (a definir)
28/08 – US Open