Rio de Janeiro/RJ – A histórica 10ª edição do Rio Open terminou com uma conquista inédita para o tênis brasileiro, com o primeiro título de um tenista do país nas duplas após a vitória de Rafael Matos ao lado do colombiano Nicolas Barrientos em um dia também memorável para o argentino Sebastian Baez, que chegou ao maior título da carreira, o primeiro em um ATP 500, no Jockey Club Brasileiro.
Na abertura da programação neste domingo, Rafael Matos foi o quinto brasileiro a jogar a uma final nas duplas do Rio Open e teve êxito para levar o título com Barrientos na primeira partida da semana em que não precisou jogar três sets, vencendo os austríacos Alexander Erler e Lucas Miedler em sets diretos, com parciais de 6/4 e 6/3.
Matos encerra o jejum de títulos brasileiros no maior torneio da América do Sul depois das tentativas de quatro duplas com brasileiros. Marcelo Melo foi vice em 2014 ao lado do espanhol David Marrero, Thomaz Bellucci e Rogerio Dutra Silva perderam a final em 2019. Bruno Soares decidiu o título ao lado de Jamie Murray em 2022 e Marcelo Melo voltou a ser vice-campeão com o colombiano Juan Sebastian Cabal em 2023.
Durante a cerimônia de premiação, Matos citou a presença de Bruno Soares e lembrou que ele chegou perto do título, assim como Marcelo Melo, e de como os dois abriram portas para que outros tenistas pudessem seguir o caminho das duplas.
“É uma honra estar no meio desses caras, são gigantes do nosso esporte, do nosso país, abriram as portas onde ninguém havia trilhado esse caminho ainda, então tem eu e vários jovens vindo pelo caminho das duplas também. É muito especial, o Rio Open 10 anos, esse torneio merecia um brasileiro porque é incrível de verdade, toda a organização, toda essa atmosfera é demais”, disse Matos.
Na entrevista coletiva, ele se declarou ao maior torneio de tênis da América do Sul e disse que o Rio Open merecia um título brasileiro.
“É realmente muito especial, não poderia ter pedido esse primeiro título de ATP 500 em outro lugar, sendo o primeiro brasileiro a ganhar aqui. O Rio Open merecia isso, nas duplas já tinha batido na trave quatro vezes, merecia, é um torneio incrível, toda a torcida brasileira sempre apoiando muito, um torneio incrível para os brasileiros. Todo mundo vem fazendo um bom trabalho e subindo pouco a pouco foi bem merecido para o torneio e para o tênis brasileiro”.
Rafael Matos agora soma sete títulos no circuito, com Córdoba em 2021, Santiago, Marrakech, Mallorca, Bastad e Sofia em 2022, além do ATP 500 no Rio Open. Para o colombiano Nicolas Barrientos foi a primeira conquista de título na ATP.
“Estou muito feliz por essa semana, foi incrível toda a semana, todo mundo me apoiando, ao Rafa, claro, mas me sinto em casa aqui, obrigado a todo mundo, a verdade é que é uma atmosfera incrível”, disse Barrientos. “É a minha primeira vez no torneio, mas quero voltar todos os anos em que seguir jogando na minha carreira”, completou.
DIRETORES FAZEM BALANÇO DO 10º RIO OPEN: ‘HISTÓRICO!’
A 10ª edição do Rio Open foi resumida como histórica por diferentes aspectos no balanço feito em entrevista coletiva de Lui Carvalho, diretor do torneio, e Thomaz Costa, vice-diretor, que destacaram os diferenciais do evento no Jockey Club Brasileiro, como a energia do público presente no ATP 500 carioca, os recordes do torneio em termos de organização, além dos resultados obtidos pelos brasileiros.
“O balanço é muito positivo, é uma edição histórica, 10 anos de Rio Open, do jeito que a gente imaginava, quebrando recordes. Com certeza a gente vai ter recorde de público no final da semana, foi recorde de público no qualifying. Pela primeira vez um brasileiro passou o qualifying, isso é bastante gratificante porque a gente vem falando há bastante tempo sobre a nova geração”, analisou Lui.
“O mundo viu que a energia que a gente tem aqui no Rio Open de público não se iguala em nenhum outro lugar do mundo. Obviamente tem quadras maiores, mas a energia realmente que os jogadores sentiram e começaram a falar sobre é bem especial. Estamos felizes de chegar à décima edição com esse rótulo de que é um lugar especial para jogar”, declarou Lui.
Em mais uma edição de sucesso, o vice-diretor Thomaz Costa disse que a organização também está atenta para melhorar em todos os aspectos para as próximas edições.
“A gente tem sempre em mente que sempre dá para melhorar e busca melhorias em tudo, até o que está bom nós revemos o que dá para ficar ainda melhor. Temos um cuidado e um carinho com os detalhes que eu acho que é importante no final. A gente consegue entender que isso impacta a experiência de todos os que estão aqui”, concluiu.
CAMINHO DE SEBASTIAN BAEZ PARA O TÍTULO DE SIMPLES:
Primeira rodada – Corentin Moutet (FRA) – 6/4 e 6/3
Segunda rodada – Facundo Diaz Acosta (ARG) – 7/6(1) e 6/3
Quartas de final – Thiago Monteiro (BRA) – 6/4, 1/6 e 6/2
Semifinal – Francisco Cerundolo (ARG) – 7/5 e 6/0
Final – Mariano Navone (ARG) – 6/2 e 6/1
CAMINHO DE BARRIENTOS E MATOS PARA O TÍTULO DE DUPLAS:
Primeira rodada – Marcelo Melo (BRA) / Matwe Middelkoop (HOL) – 3/6, 6/4 e 10-6
Quartas de final – Kevin Krawietz (ALE) / Tim Puetz (ALE) – 7/6(6) e 7/5
Semifinal – Simone Bolelli (ITA) / Andrea Vavassori (ITA) – 2/6, 6/3 e 10-6
Final – Alexander Erler (AUT) / Lucas Miedler (AUT) – 6/4 e 6/3
CAMPEÕES CHAVE DE SIMPLES DO RIO OPEN
2024 – Sebastian Baez (ARG)
2023 – Cameron Norrie (GBR)
2022 – Carlos Alcaraz (ESP)
2020 – Cristian Garin (CHI)
2019 – Laslo Djere (SER)
2018 – Diego Schwartzman (ARG)
2017 – Dominic Thiem (AUT)
2016 – Pablo Cuevas (URU)
2015 – David Ferrer (ESP)
2014 – Rafael Nadal (ESP)
CAMPEÕES CHAVE DE DUPLAS DO RIO OPEN
2024 – Nicolas Barrientos (COL) / Rafael Matos (BRA)
2023 – Maximo Gonzalez (ARG) / Andres Molteni (ARG)
2022 – Fabio Fognini (ITA) / Simone Bolelli (ITA)
2020 – Marcel Granollers (ESP) / Horacio Zeballos (ARG)
2019 – Maximo Gonzalez (ARG) / Nicolas Jarry (CHI)
2018 – Fernando Verdasco (ESP) / David Marrero (ESP)
2017 – Pablo Carreño Busta (ESP) / Pablo Cuevas (URU)
2016 – Juan Sebastian Cabal (COL) / Robert Farah (COL)
2015 – Philipp Oswald (AUT) / Martin Klizan (SVK)
2014 – Juan Sebastian Cabal (COL) / Robert Farah (COL)