Rio de Janeiro/RJ – O brasileiro Thomaz Bellucci viveu uma noite especial nesta quarta-feira, na quadra central do Rio Open, no seu último jogo da carreira, em que foi homenageado pela organização do torneio. Bellucci foi derrotado pelo argentino Sebastian Baez por 6/3 e 6/2, na primeira rodada, e foi aplaudido de pé pelo público que encheu a quadra Guga Kuerten, no Jockey Club Brasileiro.
O segundo melhor jogador na história do tênis masculino brasileiro, atrás apenas de Gustavo Kuerten, recebeu um convite da organização para se despedir da raquete no Rio Open, e, após a partida, recebeu uma placa como reconhecimento por sua carreira das mãos de Ricardo Acioly, diretor de Relações do torneio.
Participaram da cerimônia seus pais, Ildebrando e Maria Regina, sua irmã Beatriz, suas sobrinhas, os ex-treinadores Leonardo Azevedo e João Zwetsch, o duplista Marcelo Melo e o ex-jogador André Sá. O Rio Open fez um vídeo com grandes momentos de Bellucci em quadra e depoimentos de jogadores, ex-jogadores, familiares e amigos, entre eles Gustavo Kuerten e Bia Haddad Maia.
Bellucci se emocionou e chorou ao falar sobre a homenagem. “Sou um grande privilegiado de representar o Brasil, de receber o carinho da torcida por tantos anos. Tudo o que eu vivi no tênis, chegar onde eu nem esperava chegar, eu devo as pessoas que fizeram parte dessa trajetória, treinadores, amigos, não conquistei nada sozinho. Também agradeço meus pais que abriram mão de muita coisa para eu jogar”, disse Bellucci.
O canhoto de 35 anos conquistou quatro títulos ATP – Genebra 2015, Gstaad 2012 e 2009, e Santiago 2010 – e alcançou o 21º lugar no ranking mundial. Natural de Tietê, interior de São Paulo, Bellucci viveu 17 anos como profissional, sendo dez deles entre os 100 do mundo.
Foi no ATP 500 carioca, em 2017, que o brasileiro marcou uma de suas grandes vitórias da carreira, superando o japonês Kei Nishikori, na época número 5 do mundo. O melhor resultado no Rio Open foi em 2014, quando alcançou as quartas de final.
Bellucci jogou contra os grandes nomes do tênis. Fez belos jogos com o espanhol Rafael Nadal, destaque para derrota nas quartas de final das Olimpíadas de 2016, num jogo bem equilibrado. Marcou 6/0 no primeiro set em cima do sérvio Novak Djokovic no Masters 1000 de Roma, em 2016, sendo derrotado de virada depois. Venceu o britânico Andy Murray no Masters 1000 de Madrid 2011, e fez dois jogos com o suíço Roger Federer.
Pela Copa Davis, somou 21 vitórias e 15 derrotas em simples. Em 2014, derrotou Pablo Andujar e Roberto Bautista Agut nos confrontos contra a Espanha na Copa Davis, e foi ovacionado pelo público no ginásio do Ibirapuera, pela volta ao grupo mundial.
“Sempre tive muita expectativa em cima de mim, diferente de outros países como Argentina, Estados Unidos e Espanha, que têm muitos jogadores entre os top 100, no Brasil era sempre eu e às vezes outro jogador que aparecia. Era um peso grande. Em muitos momentos foi difícil, era muita responsabilidade, mas acho que aprendi a lidar, e sinto que consegui retribuir”, disse o ex-jogador na coletiva de imprensa.
Baez, que venceu Bellucci, enfrentará nesta quinta o peruano Juan Pablo Varillas.