Pela chave de duplas masculina, os brasileiros Thomaz Bellucci e Marcelo Demoliner venceram, de virada, o britânico Aljaz Bedene e o espanhol Albert Ramos-Vinolas por 6/7 (6), 7/6 (4) e 10/4. Na próxima rodada, no terceiro jogo da quadra 1, valendo vaga na semifinal, enfrentam os franceses Jo-Wilfried Tsonga e o Paul Henri Mathieu. Já Bruno Soares e Marcelo Melo duelam contra o sérvio Dusan Lajovic e o austríaco Dominic Thiem, no último jogo da quadra 1.
Os confrontos das quartas de final da chave feminina têm a brasileira Paula Gonçalves com a norte-americana Shelby Rogers, não antes das 16h30, na quadra 1. Às 14h30, a holandesa Cindy Burger pega a italiana Francesca Schiavone, campeã de Roland Garros em 2010. No segundo jogo da quadra 2, a croata Petra Martic enfrenta a cabeça de chave número 6, a espanhola Lara Arruabarrena, e na sequência, a romena Sorana Cirstea pega a montenegrina Danka Kovinic.
Na chave de duplas feminina, Paula não teve a mesma sorte que nas simples. Em parceria com a norte-americana Sanaz Marand , a brasileira foi derrotada pela paraguaia Veronica Cepede Royg e pela argentina María Irigoyen por 7/6 (5) e 6/0.
Torneio lembra pioneirismo de Alcides Procópio e sua importância para o tênis brasileiro
Depois da partida entre Nadal e Almagro, o público assistiu a uma homenagem ao brasileiro Alcides Procópio, que completaria 100 anos neste ano. Procópio foi o primeiro brasileiro a jogar em Wimbledon, em 1938, e sua trajetória se funde com a história do tênis no Brasil.
A paixão pelo tênis surgiu quando criança, no Clube Harmonia, em São Paulo. Seu pai cuidava do bar do clube e o jovem Procópio esperava alguém se cansar de jogar para então pedir uma raquete emprestada e ir para a quadra. Aos 16 anos, jogou seu primeiro torneio e começou a ganhar dos melhores tenistas do país da época.
Anos mais tarde, viajou à Europa, jogou em Wimbledon, e teve a honra de formar dupla com o Rei Gustavo, da Suécia, em um evento. A viagem teve de ser interrompida por causa da Segunda Guerra Mundial. De volta ao Brasil, Procópio conquistou campeonatos brasileiro, argentino, chileno, uruguaio, peruano, boliviano, e seis vezes o Sul-Americano.
Defendeu o Brasil em Copa Davis e, quando parou de jogar, foi capitão do time que tinha Thomaz Koch e Edison Mandarino, semifinalista em 1969.
Fora das quadras, Procópio, avô do diretor do Rio Open, Luiz Carvalho, também foi pioneiro. Montou a primeira fábrica de raquetes do país, foi presidente da Federação Paulista de Tênis e fez parte da fundação da Confederação Brasileira de Tênis. Em 1969, criou o Banana Bowl, mais importante torneio de tênis juvenil por várias décadas.
Jogou tênis até os 80 anos, seis anos antes de falecer. Um vídeo com fotos de sua carreira dentro das quadras e outras curiosidades foi exibido nos telões da quadra Guga Kuerten.
A dona de 19 títulos de Grand Slams, entre simples, duplas e duplas mistas, Maria Esther Bueno entregou aos filhos dele, Suzana e Alcides Júnior, uma placa para celebrar sua contribuição ao tênis do Brasil. “Foi um dos melhores amigos que tive, é uma honra fazer essa homenagem. Ele me ajudou muito no início da minha carreira”, disse. Em nome da família, Suzana agradeceu. “Dizem que brasileiro tem memória curta, mas o Rio Open está provando o contrário. Tenho certeza de que meu pai está lá em cima vendo tudo isso, orgulhoso do neto”.
Diana Gabanyi/Camila Coimbra/Lia Benthien