Rio de Janeiro/RJ – O sérvio Laslo Djere surpreendeu a sensação do torneio, o canadense Felix Auger-Aliassime, e conquistou a sexta edição do Rio Open, neste domingo, no Jockey Club Brasileiro. O jogador de 23 anos venceu por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 7/5, em 2h01min de jogo e se emocionou ao receber o seu primeiro troféu de um torneio ATP das mãos de Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros. Em seu discurso pelo título, quase chorou ao lembrar dos pais, já falecidos.
“Sonhei com esse momento toda minha vida. Dedico essa conquista aos meus pais. Perdi minha mãe há sete anos, e meu pai há dois meses. Eles sempre me apoiaram, sou o que sou graças a eles. São a razão de eu estar aqui hoje, e espero que de alguma maneira estejam assistindo essa conquista”, disse o jogador, emocionando o público na arquibancada.
Djere ganhou premiação de R$ 1.402.200 e vai somar 500 pontos no ranking, figurando entre os top 40, sua melhor posição na carreira, na lista que sairá nesta segunda-feira. Ele chegou no Rio em 91º lugar. Já Auger-Aliassime, que também fez história no Rio Open, ao se tornar o mais jovem tenista desde 2009 a disputar uma final de ATP, recebeu R$ 704.235, além de 300 pontos na classificação. A partir desta 2ª. feira será o mais novo e único tenista nascido neste século entre os 50 do mundo. O Rio Open faz parte do ATP World Tour, que reúne 13 torneios desse porte, sendo apenas três no piso de saibro – Barcelona e Hamburgo são os outros.
O sérvio chegou à final sem precisar jogar a semi, porque seu adversário, o esloveno Aljaz Bedene, sentiu uma lesão e desistiu da partida. Em sua caminhada ao título, eliminou o austríaco Dominic Thiem, oitavo do mundo e campeão do Rio Open 2017, primeira vitória dele sobre um tenista top 10. Na decisão, derrotou Auger-Aliassime, que fez história no Rio Open ao ser o mais jovem tenista a disputar uma final de um ATP 500 com 18 anos.
“Quando cheguei aqui não imaginava vencer o torneio, principalmente depois de sair a chave e saber que enfrentaria o Thiem na estreia. Mas fiz bons treinos e comecei a acreditar mais. Espero que esse título seja o começo de uma história no tênis”, disse o jogador, que durante a semana falou sobre seu compatriota Novak Djokovic, líder do ranking mundial. “É uma grande inspiração para mim. Cresci vendo-o jogar e imaginando se um dia poderia estar disputando grandes torneios também”.
Djere dominou a partida desde o início. Com Auger-Aliassime sacando abaixo do que fez nas partidas anteriores, o sérvio fechou o primeiro set por 6/3. No segundo, o canadense tentou uma reação, apoiado pela torcida que o adotou desde a primeira rodada. Para fechar, Djere precisou de cinco match points. “Foi um jogo difícil emocionalmente e fisicamente. Felix é talentoso e tenho certeza de que ganhará muitos troféus no futuro”.
O canadense agradeceu o apoio da torcida e prometeu voltar a jogar no Rio. “Estou decepcionado por perder a final, mas vou ter outras chances e tenho que pensar nas coisas positivas. Foi um dos torneios mais especiais que joguei, ter o Guga na plateia na final, uma grande inspiração, foi incrível. Agradeço a todos que torceram por mim, vou continuar trabalhando e espero voltar no ano que vem”, disse Auger-Aliassime.
Grande final encanta público com performances da cantora Iza e do artista Ment, e shows
A grande final do Rio Open surpreendeu o público que foi ao Jockey Club Brasileiro. Assim como acontece na Copa do Mundo, a decisão teve um envelopamento diferente do restante do torneio. A cantora Iza emocionou a torcida ao interpretar o hino nacional. O telão exibiu os nomes dos torcedores que compraram ingressos para a decisão. Ao som do sax do cantor e compositor Rodrigo Sha, o artista Ment fez um live painting com um grafite da brasileira Maria Esther Bueno, segurando o troféu de Wimbledon. Em seguida, o telão mostrou imagens da vitoriosa carreira da tenista, que morreu no ano passado.
Após a vitória de Djere, a Praça Rio Open ficou cheia para o show da banda Os Britos, criada para homenagear o conjunto de rock britânico The Beatles. O grupo é formado por Guto Goffi (bateria), do Barão Vermelho, Rodrigo Santos (baixo), ex-baixista do Barão, atualmente forma com Andy Summers (The Police) e Barone (Paralamas) o Call The Police, George Israel (guitarra), compositor, saxofonista e vocalista do grupo Kid Abelha, e Nani Dias (guitarra), que tocou com Lobão, Leo Jaime, Barão e Kid Abelha.
Com essas ações, o Rio Open deseja que os torcedores se sintam parte fundamental do torneio, e saiam do evento com uma nova perspectiva de entretenimento e tecnologia esportiva.
Diretor do Rio Open comemora bom público na edição 2019
O diretor do Rio Open, Luiz Carvalho, comemorou a realização da sexta edição do torneio. “Estimamos um público superior a 50 mil torcedores, melhor que os dois últimos anos. A rodada de sábado parecia como a dos anos em que o Nadal (espanhol Rafael Nadal) veio. A cada ano que passa, nosso torneio cresce”, disse Lui, em coletiva de imprensa.
Lui disse que continuará sempre buscando trazer grandes nomes do tênis para o Rio Open. “Neste ano foi mais difícil, mas vamos seguir trabalhando para isso. Também estamos na luta para mudar o torneio para quadra dura, que é uma maneira de convencer esses nomes a jogar aqui”, explicou.
CAMINHO PARA O TÍTULO
1º rodada – Dominic Thiem (AUT) – 6/3 e 6/3
oitavas – Taro Daniel (JAP) – 6/4 e 6/2
quartas – Casper Ruud (NOR) – 6/4 e 7/5
semifinal – Aljaz Bedene (ESL) – WO
Final – Felix Auger-Aliassime (CAN) – 6/3 e 7/5
CAMPEÕES CHAVE DE SIMPLES DO RIO OPEN
2019 – Laslo Djere (SER)
2018 – Diego Schwartzman (ARG)
2017 – Dominic Thiem (AUT)
2016 – Pablo Cuevas (URU)
2015 – David Ferrer (ESP)
2014 – Rafael Nadal (ESP)
CAMPEÕES CHAVE DE DUPLAS DO RIO OPEN
2019 – Maximo Gonzalez (ARG)/Nicolas Jarry (CHI)
2018 – Fernando Verdasco (ESP)/David Marrero (ESP)
2017 – Pablo Carreño Busta (ESP)/Pablo Cuevas (URU)
2016 – Juan Sebastian Cabal (COL)/Robert Farah (COL)
2015 – Philipp Oswald (AUT)/Martin Klizan (SVK)
2014 – Juan Sebastian Cabal (COL)/Robert Farah (COL)
RESULTADO FINAL DE DUPLAS
Maximo Gonzalez (ARG)/Nicolas Jarry (CHI) 2 x 1 Thomaz Bellucci (BRA)/Rogério Dutra Silva (BRA) – 6/7 (3), 6/3 e 10/7